PARATEXTOS FRONTISPÍCIO

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[1r] História do príncepe Belidor Anfíbio e da princeza chamada Corsina. Parte IV.

 

COMPOSIÇÕES POÉTICAS

 

[p. 15/a] Morreste, Ninfa bela,
em idade florente;
tua morte entre flores
se oculta qual serpente.

[p. 15/b] Não há ninguém na selva,
que teu fim não lamente,
ou duro Fauno seja,
ou Virgem inocente.

 

 

[p. 32] Disgraçado Montante
que, intrometido a Cavaleiro Andante,
confias só na espada
do canto magical, sem saber nada.
Foge destes rochedos
se não queres que o eco, em tristes medos,
te ameace da vida a dura sorte,
repetindo cadente: «Morte, morte!».

 

 

[p. 35/a] Canta a pera:
Eu te convido a comer
Huma pera d’amorim,
Que trocará, se gostares,
O azedo em alferim!

Estribilho:
Ninguém tenha, se me comes,
ninguém tenha dó de mim!

Canta a ginja:
A garrafa delicada,
ginja te convida assim,
a beberes do seu suco
o ácido carmezim!

Estribilho

[p. 35/b] Canta o pêssego:
O pêssego que, das fructas,
sempre foi beijamim,
dezeja ver-se oprimido
nos teus dentes de marfim!

Estribilho:
Ninguém tenha, se me comes,
ninguém tenha dó de mim!

Canta o figo:
Eu, figo, que do Algarve
para me comeres vim,
te ofreço, em doces granitos,
saborozo gerzelim.

Estribilho

 

 

[p. 35] Em hora feliz nos seja
companheiro no jardim
o valerozo Montante,
que aos encantos dará fim.

 

 

[p. 36] A victória deste encanto
fundo no meu espadim,
e porei razo o pomar
como se fora um setim.
Ninguém tenha, nesta empreza,
ninguém tenha dó de mim.

 

 

[p. 36] A voz do melão, que o prado
perfuma qual beijoim,
intenta dos teus sentidos
pacificar o motim.
Ninguém tenha, se adormeces,
ninguém tenha dó de mim!